domingo, 17 de agosto de 2008

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Outro lugar lindo pra conhecer acampando é São Francisco de Paula/RS, mais conhecido por São Chico! Além da paisagem, que deve estar linda nesse inverno, tem toda o sumo da cultura gaúcha.
Estamos fortemente inclinados a conhecer estas lindas paisagens, ficando eu receoso somente por um detalhe: As malditas lendas e histórias de bruxas e lobisomens...
Se tem uma coisa que eu detesto é assombração, do tipo que for.
Começando:
Assombração: Na fazenda de Seu Severino, nas proximidades de Várzea de Contendas, em Tainhas, distrito de São Francisco de Paula, ouvia-se, à noite, nos galpões, orneadas de "burro choro"; nas casas, choro de crianças, onda não havia crianças, galinhas dentro de bacias d'água batendo asas; nos pátios, ruídos de porcos virando pedras, trotear de cavalos e batidas das varas das porteiras, como se cada uma delas fossem abertas e soltas, individualmente. Ao se verificar a origem dos barulhos, nada havia. Alguns achavam que eram "tesouros" enterrados por moradores antigos. Outros, diziam ser barulhos provenientes das "balastracas" (dinheiro), facas, garfos, colheres, espingardas, prata e ouro enterrados. Acreditavam que, quem encontrasse os tesouros, teria que mudar-se, porque não teria mais tranqüilidade. Contudo, nenhum tesouro foi encontrado.
A Aparição: Tio Horácio e Sr. Antônio foram fazer uma roça na localidade de Padilha Velha. João do Mato alertou-os para que não a fizessem no terreno em que existiu uma velha, assim como não deveriam, lá pernoitar, pois, à noite, aparecia uma mulher vagando, com velas na mão. Fazendo pouco caso da estória, decidiram pernoitar na casa. Uma certa hora, acordaram com um enorme clarão, e ouviram três gemidos. Levantaram muito assustados, ouviram também ruído de mato sendo derrubado. Correram para ver o que estava acontecendo e nada avistaram. Não havia nem vento. Ao amanhecer, pegaram suas coisas e foram embora. Nunca retornaram ao local, assim como ninguém mais teve coragem de fazer o mesmo, ficando a casa totalmente abandonada.
Bruxas: Noite de lua cheia. Gaúchos galopavam, tranqüilos por entre as coxilhas tropeando o gado. Em certo momento, resolveram parar para descanso, pois haviam feito um longo trajeto sobre o lombo dos cavalos, que suados, mal conseguiam continuar. Então, dois amigos recostaram-se próximo à fogueira, relembrando as aventuras já vividas. De repente, cochilaram e o gado começou a espalhar-se pelo campo. Ao acordarem, olharam para o céu e viram perto da lua, velhas montadas em vassouras. Amedrontados, montaram em seus cavalos, e, galopando, seguiram até uma casa, onde o dono, percebendo o pavor em seus rostos, convidou-os a entrar. Estando mais calmos, contaram o ocorrido. O velho escutou e disse-lhesque essas aparições eram de mulheres que pertenciam a grupos de bruxarias terríveis. Contudo, se as pessoas carregassem alho e cebola consigo, não haveria a interferência malévola destas mulheres.
O Lobisomem I: Dona Rita conta que, quando garota, residia em uma fazenda, onde era costume as famílias reunirem-se à noite para conversar e contar "casos", ao redor de uma fogueira, feita nas ¨cozinhas de chão¨. Numa destas noites, seu pai falou que um homem transformava-se em lobisomem, nas sextas-feiras enluaradas. Passava o dia agitado, e, à noite, espojava-se na cama de algum animal, adquirindo suas características. Num lugar não muito longe da casa, havia um lagoão, e, ao passar por ali, certa noite, seu pai foi acompanhado por um enorme cão (lobisomem). Sua montaria ficou assustadíssima, assim como ele. Quando o lagoão terminou, a criatura não mais o acompanhou. Na época, o fato passou a ser contado a todos os moradores da região, que por medo, passaram a evitar aquele lugar à noite.
A Noiva: Esta lenda conta que uma noiva iria se casar, por obrigação, sem possuir laços afetivos com o noivo. Quando resolveu expor a situação ao noivo, este ao desmarcar o compromisso, rogou-lhe uma praga, dizendo que jamais iria se casar e que morreria afogada. Na data em que ocorreria o matrimônio, a moça colocou seu vestido e dirigiu-se ao rio, onde havia um poço para abastecimento de água para a família, escorregou caindo dentro dele e vindo a falecer. Passando algum tempo um pescador, que estava no local viu a imagem da noiva.
A Praga da Viúva: Em uma localidade haviam duas famílias. Numa delas existia uma viúva. As duas famílias tinham plantação de trigo, sendo a da viúva mais exuberante e promissora. Na época da colheita, a família visinha pôs fogo na plantação que se salientava. Enfurecida a viúva rogou-lhes a praga: "Quando vocês morrerem, a terra não há de lhes comer e vocês terão chifres iguais aos do diabo". Passados alguns anos, a visinha da viúva faleceu, sendo enterrada por seus familiares com todo cuidado. No dia seguinte, os parentes foram ao cemitério e viram que o corpo morto estava sobre a terra. Apavorados, fizeram uma cobertura especial em sua lápide. Com o passar do tempo, a prega foi se concretizando: nasceram chifres na cabeça da falecida, os quais eram cortados de ano em ano, para não ficarem expostos sobre a terra.
O Gritador I: Era um jovem muito maldoso que gostava de judiar dos animais. Era possuidor de um cavalo, no qual andava o dia inteiro, em disparada. Não o tratava como devia, nem ao menos dava-lhe água. Á noite deixava o pobre animal preso com uma corda curta, impedindo-o de escapar. Sua mãe, vendo o animal ser surrado e maltratado, o que em pouco tempo o levaria à morte, esperou que seu filho dormisse e foi cuidar do cavalo. Após dar-lhe comida e água soltou a corda, permitindo desta forma, a sua fuga. No outro dia, quando o jovem acordou, procurou o animal, não o encontrando. Ao descobrir o que havia ocorrido, amarrou sua mãe, encilhou-a e montou, esporeando-a de tal forma que a fez chorar de dor. A mãe rogou uma praga ao filho: ele haveria de gritar de dor, mesmo após a morte. Na mesma noite em que o homem morreu, todos os moradores dos arredores ouviram gritos vindos dos abismos. Até hoje, dizem que nos Abismos do Macaco Branco, divisa com o IBAMA, em noites de lua cheia, ouve-se gritos inexplicáveis, como se alguém estivesse com uma dor insuportável.
O Rancho Mal Assombrado: Um senhor gostava muito de cavalgar pelos campos. Certo dia, depois de cavalgar a tarde toda, quando o sol já estava se escondendo, avistou um rancho de beira de estrada e decidiu fazer ali sua pousada. Acomodou-se, fez fogo e começou a assar uma carne. Então ouviu uma voz e gemidos que vinham do sótão. As vozes diziam: " Vou cair, vou cair"... O homem muito acostumado a acampar, não ligou e continuou a fazer seu churrasquinho. Referiu-se ainda às vozes: " Quer cair, caia". Então, caiu lá de cima, uma coisa parecida com uma bruaca, que em seguida, se transformou em um homem enorme. Sentando-se ao lado do cavaleiro, espetou um sapo que trazia no bolso, começando a assá-lo. O Cavaleiro disse: " Pode assar no meu braseiro, mas não encoste no meu churrasco". O enorme homem olhou para o cavaleiro e falou: " Você é um homem corajoso, por isso, quero que arranque aquela pedra e fique com o ouro, lá existente". Dito isto, um forte vento começou a soprar e ele sumiu. O Cavaleiro arrancou a pedra e, para sua surpresa, lá estava uma panelinha cheia de ouro. Ficou bilionário. A partir de então, passou a acreditar em assombração. Esse fato aconteceu em uma das muitas fazendas que existem, até hoje, em São Francisco de Paula, para o lado de Contendas.
Ta louco....
Talvez no verão a paisagem seja mais encorajante...

O Gritador - Parte1


O Gritador - Parte 2

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